Quer mais produtividade? Ajude todos a pensarem como desenvolvedores.

Quer ser mais produtivo? Incentive todos a pensarem como desenvolvedores.

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A cultura não apenas devora a estratégia no café da manhã, mas também petisca o DevOps como um lanchinho da manhã.

A chave para uma colaboração bem-sucedida dentro das equipes de software não é apenas alinhar os desenvolvedores com as equipes de operações, mas também liberar o potencial de desenvolvedores dentro dos membros da equipe de operações. O chefe de DevOps da Nasdaq afirma que chegou a hora de o lado de operações assumir maiores papéis como desenvolvedores.

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Estimular mais um mindset de desenvolvedor é fundamental agora, disse Amado Gramajo, vice-presidente de infraestrutura e engenharia de DevOps da Nasdaq, que compartilhou algumas de suas experiências com os participantes da recente conferência de Engenharia de Produtividade de Desenvolvedores (DPE) em Nova York, patrocinada pela Gradle. Você tem administradores de um lado e desenvolvedores do outro. É hora de incentivar os administradores a pensar mais como desenvolvedores, ele instigou.

A produtividade do lado dos desenvolvedores sempre foi um desafio. Mas a produtividade leva à felicidade, e “a felicidade é a chave”, disse ele. “Felicidade significa coisas diferentes para pessoas diferentes, especialmente para os desenvolvedores”, disse Gramajo. “Mas no contexto do DPE, a felicidade para os desenvolvedores significa se manter no topo do seu fluxo criativo, com qualidade estável, código estável, implantação estável. Um desenvolvedor feliz significa que ele tem um bom software. Um desenvolvedor feliz significa que ele será gentil com as operações.”

Segundo ele, a última fronteira para essa colaboração positiva fica na construção e testes – o que requer o engajamento tanto das equipes de desenvolvimento quanto das operações. Implantação rápida, automação e integração/distribuição contínua permitiram que as lojas de software lançem software com grande frequência – “mas isso não está mais brilhando”, disse Gramajo. “É apenas a implantação de software, e está tudo bem implantá-lo rapidamente.”

Oportunidades para produtividade e novas formas de trabalho estão surgindo agora na fase de construção e testes que a antecede, focando na engenharia de produtividade de desenvolvimento, disse ele. “É assim que você melhora a qualidade do software. Isso adiciona um valor real para o negócio.”

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O desafio, continuou, é que o software é concebido, construído, implantado e gerenciado por equipes separadas: “À medida que novas tecnologias surgiram – nuvem, Kubernetes – as empresas tiveram equipes dedicadas, como a segurança da informação, auditoria interna e infraestrutura – muitas equipes que têm uma função específica por uma razão específica. Não é algo negativo, e você está obtendo mais controles, mais proteções e limites de segurança.”

A integração de mais deste trabalho é obstaculizada pelo fato de que os profissionais de TI são compensados e designados para funções de único propósito, explicou Gramajo. “O que tenho visto são algumas equipes com centenas de projetos e milhares de desenvolvedores, você tem diferentes escopos e habilidades diferentes. Mas as equipes de desenvolvimento não podem continuar o trabalho de segurança, fazer outras coisas ou adicionar módulos para resiliência. O desenvolvedor está trabalhando neste projeto pelo qual está sendo pago e não pode simplesmente mudar tudo. E isso está criando atritos entre o grupo de desenvolvimento e outras equipes.”

Com certeza, esse não é o caminho para a felicidade do desenvolvedor.

A solução de Gramajo na Nasdaq – que opera mais de 130 mercados em todo o mundo – é construir plataformas de serviços compartilhados em que desenvolvedores, equipes de operações e outros profissionais de TI possam colaborar. Gramajo, que vem do lado das operações, reconheceu que muitas pessoas que trabalham com ele estavam se tornando desenvolvedores por direito próprio. Além disso, “podemos fazer o que os desenvolvedores não querem fazer e que está causando atritos.”

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A cultura corporativa ou do ambiente de trabalho – que todo mundo quer mudar – é quase impossível de ser mudada, segundo ele. Em vez disso, ele pede uma abordagem sistemática e de engenharia. “Se uma empresa está tentando fazer DevOps ou qualquer outra coisa, a primeira coisa que você pensa é, ‘bem, como você muda a cultura?’ Você tem que mudar a cultura, através de três vias ou ciclos de feedback ou qualquer coisa. Mas ninguém nunca muda a cultura, não é mesmo? Eles só falam sobre isso e colocam um cartaz na frente do elevador com valores.”

Mas o que pode ser mudado é a mentalidade das equipes de TI, “que é mais voltada para a engenharia, ao invés de esperar por algo acontecer, você começa a desenvolver uma solução para algo. Agora eles estão percebendo que não são apenas administradores, eles também são engenheiros que escrevem código.”

Ao aproveitar uma abordagem sistemática, “você é capaz de mudar a cultura”, acrescentou. “Ao dar uma olhada em o que define uma empresa é a maneira como as pessoas trabalham na empresa e essa maneira é baseada em políticas e procedimentos. Então, o desafio é começar a olhar para as políticas e procedimentos, começar a permitir que a equipe de operações trabalhe e atue mais como desenvolvedores.”