GM Reduz Despesas na Unidade de Táxis Autônomos Cruise, um Revés para Carros sem Motorista

GM diminui gastos na unidade de táxis autônomos Cruise, um retrocesso para veículos sem motorista

A General Motors (GM) vai reduzir os gastos em sua unidade de carros autônomos, a Cruise, depois de um acidente no mês passado que feriu gravemente um pedestre e levou as autoridades a revogarem sua permissão para operar carros sem motorista em San Francisco.

De acordo com Mary Barra, CEO da GM, a empresa reduzirá “substancialmente” seus gastos com a Cruise no próximo ano. “Esperamos que a expansão da Cruise seja mais cautelosa quando as operações forem retomadas”, disse em uma carta aos acionistas.

No call com investidores, o diretor financeiro Paul Jacobson afirmou que espera uma redução de gastos de “centenas de milhões de dólares” em 2024. Antes do acidente, a Cruise operava táxis autônomos em três cidades dos EUA – San Francisco, Phoenix e Austin – com planos de expansão. Em outubro, a empresa anunciou que não mais operaria veículos sem motoristas.

“Nosso foco agora é a segurança, transparência e responsabilidade”, disse Barra na quarta-feira. “Precisamos reconstruir a confiança com os reguladores locais, estaduais e federais, assim como com os socorristas e comunidades onde a Cruise irá operar”.

Ela acrescentou: “Essa é uma tecnologia importante para o futuro. Do ponto de vista social e de segurança, precisa ser feita da maneira correta”.

A Cruise tem enfrentado turbulências desde a renúncia de seu CEO, Kyle Vogt, ainda neste mês, após um acidente em que um carro autônomo colidiu com um pedestre que já tinha sido atingido por outro veículo.

De acordo com a Cruise, o carro desviou e freou, mas ainda atingiu a mulher, arrastando-a por 20 pés antes de parar. A vítima teve que ser resgatada pelo corpo de bombeiros de San Francisco.

Após a colisão, o Departamento de Veículos Automotores da Califórnia suspendeu as permissões da Cruise para operar na cidade, alegando que a empresa “forneceu informações falsas” sobre a segurança de sua tecnologia em carros autônomos. Na época, a Cruise negou ter fornecido informações falsas.

A Cruise então recolheu todos os seus 950 carros autônomos, interrompendo o serviço em Austin e Phoenix. Antes do acidente, a empresa planejava lançamentos comerciais em Dallas, Houston e Miami.

Registros mantidos pela cidade de Austin também mostram que o Departamento de Polícia reclamou duas vezes este ano que os veículos autônomos da Cruise não entenderam os sinais dados pelos agentes de trânsito. “O maior e provavelmente o problema mais perigoso que já vi com eles é quando estamos direcionando o tráfego”, escreveu um oficial da polícia.

A GM adquiriu a Cruise, de 3 anos, por um valor relatado de US$ 1 bilhão em 2016. Desde então, os relatórios financeiros da GM mostram que a empresa perdeu US$ 8,2 bilhões com a Cruise desde 2017 e investiu pelo menos US$ 1,9 bilhão na empresa este ano.

O anúncio de Barra é um grande revés para a empresa, que estava competindo com a Waymo, da Alphabet, para se tornar a principal fornecedora de táxis autônomos nos EUA. A Waymo continua operando em San Francisco e Phoenix.