Armazene 7TB em um pedaço de vidro, a Microsoft irá ajudar você
Armazenamento de 7TB em um pedaço de vidro a Microsoft está aqui para lhe auxiliar
Em uma era de dados digitais cada vez mais expansivos, gigantes da tecnologia como a Microsoft enfrentam desafios imensos na construção e manutenção de infraestruturas de armazenamento em nuvem massivas. Meios de armazenamento magnético tradicionais, como discos rígidos (HDDs) e fitas, exigem atualizações constantes, desperdiçando energia e correndo o risco de corrupção de dados.
Entre em cena o Projeto Silica – a ambiciosa tentativa da Microsoft de reinventar o armazenamento em nuvem usando vidro como meio. Ao codificar dados de forma óptica em minúsculos voxels 3D dentro do vidro, a Microsoft visa criar um armazenamento praticamente imortal, não afetado por água, ímãs, calor ou arranhões. O projeto em si não é novo, mas a empresa recentemente anunciou progressos significativos em sua implementação.
No coração do Projeto Silica está a ideia de codificar dados em vidro por meio de pulsos de laser ultracurtos. Os lasers alteram o índice de refração do vidro em escala microscópica, criando voxels que podem representar dados binários.
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Para ler de volta esses dados, um microscópio controlado por computador projeta luz através do vidro enquanto sensores captam mudanças na refração. A AI do Azure então decodifica essas leituras de volta em arquivos digitais utilizáveis.
O resultado é um sistema de armazenamento com propriedades quase que de ficção científica – reminiscente dos cristais de armazenamento de dados dos antigos filmes do Superman. A Microsoft afirma que o vidro do Projeto Silica pode manter a integridade dos dados por mais de 10.000 anos sem energia ou manutenção.
Para comparação, as fitas magnéticas duram de 10 a 30 anos e os discos rígidos cerca de cinco anos antes de precisarem ser substituídos. Esse processo de atualização constante consome energia substancial e corre o risco de perda ou corrupção de dados. O vidro não requer tal manutenção.
Construindo a Biblioteca de Vidro
A Microsoft pretende utilizar o Projeto Silica em toda a sua rede global de centros de dados. Para tornar isso possível, um sistema de biblioteca robótica automatizada buscaria, leria e devolveria fatias de vidro conforme necessário.
Cada pedaço de vidro do tamanho de uma palma da mão pode armazenar supostamente 1,75 milhão de músicas ou 3.500 filmes – incríveis 7 TB de dados. Mais vidro pode ser adicionado às bibliotecas imutáveis e passivas à medida que a demanda aumenta.
Os robôs fornecem todo o movimento dentro do sistema, protegendo o frágil vidro ao mesmo tempo em que permitem acesso rápido aos dados. Se melhorias reduzirem gargalos na velocidade de gravação, o Projeto Silica poderia reduzir drasticamente as demandas de energia do armazenamento de dados em nuvem.
Desafios no Caminho da Comercialização
Apesar de seu potencial, o Projeto Silica ainda é uma prova de conceito, e não um produto comercial. A Microsoft admite que a tecnologia precisa passar por 3 a 4 estágios adicionais de desenvolvimento antes da implantação, sendo a gravação, a leitura e a biblioteca atualmente feitas em laboratórios separados, em vez de em um único dispositivo.
No entanto, o Projeto Silica representa uma abordagem radicalmente nova para o armazenamento de dados. Se suas afirmações de durabilidade e sustentabilidade se mantiverem, pode ser um divisor de águas na construção de infraestruturas de dados.
Imagem Destacada Crédito: Foto por Salvatore De Lellis; Pexels; Thank you!