Armazene 7TB em um pedaço de vidro, a Microsoft irá ajudar você

Armazenamento de 7TB em um pedaço de vidro a Microsoft está aqui para lhe auxiliar

Em uma era de dados digitais cada vez mais expansivos, gigantes da tecnologia como a Microsoft enfrentam desafios imensos na construção e manutenção de infraestruturas de armazenamento em nuvem massivas. Meios de armazenamento magnético tradicionais, como discos rígidos (HDDs) e fitas, exigem atualizações constantes, desperdiçando energia e correndo o risco de corrupção de dados.

Entre em cena o Projeto Silica – a ambiciosa tentativa da Microsoft de reinventar o armazenamento em nuvem usando vidro como meio. Ao codificar dados de forma óptica em minúsculos voxels 3D dentro do vidro, a Microsoft visa criar um armazenamento praticamente imortal, não afetado por água, ímãs, calor ou arranhões. O projeto em si não é novo, mas a empresa recentemente anunciou progressos significativos em sua implementação.

No coração do Projeto Silica está a ideia de codificar dados em vidro por meio de pulsos de laser ultracurtos. Os lasers alteram o índice de refração do vidro em escala microscópica, criando voxels que podem representar dados binários.

Você pode assistir a este vídeo no YouTube:

Para ler de volta esses dados, um microscópio controlado por computador projeta luz através do vidro enquanto sensores captam mudanças na refração. A AI do Azure então decodifica essas leituras de volta em arquivos digitais utilizáveis.

O resultado é um sistema de armazenamento com propriedades quase que de ficção científica – reminiscente dos cristais de armazenamento de dados dos antigos filmes do Superman. A Microsoft afirma que o vidro do Projeto Silica pode manter a integridade dos dados por mais de 10.000 anos sem energia ou manutenção.

Para comparação, as fitas magnéticas duram de 10 a 30 anos e os discos rígidos cerca de cinco anos antes de precisarem ser substituídos. Esse processo de atualização constante consome energia substancial e corre o risco de perda ou corrupção de dados. O vidro não requer tal manutenção.

Construindo a Biblioteca de Vidro

A Microsoft pretende utilizar o Projeto Silica em toda a sua rede global de centros de dados. Para tornar isso possível, um sistema de biblioteca robótica automatizada buscaria, leria e devolveria fatias de vidro conforme necessário.

Cada pedaço de vidro do tamanho de uma palma da mão pode armazenar supostamente 1,75 milhão de músicas ou 3.500 filmes – incríveis 7 TB de dados. Mais vidro pode ser adicionado às bibliotecas imutáveis e passivas à medida que a demanda aumenta.

Os robôs fornecem todo o movimento dentro do sistema, protegendo o frágil vidro ao mesmo tempo em que permitem acesso rápido aos dados. Se melhorias reduzirem gargalos na velocidade de gravação, o Projeto Silica poderia reduzir drasticamente as demandas de energia do armazenamento de dados em nuvem.

Desafios no Caminho da Comercialização

Apesar de seu potencial, o Projeto Silica ainda é uma prova de conceito, e não um produto comercial. A Microsoft admite que a tecnologia precisa passar por 3 a 4 estágios adicionais de desenvolvimento antes da implantação, sendo a gravação, a leitura e a biblioteca atualmente feitas em laboratórios separados, em vez de em um único dispositivo.

No entanto, o Projeto Silica representa uma abordagem radicalmente nova para o armazenamento de dados. Se suas afirmações de durabilidade e sustentabilidade se mantiverem, pode ser um divisor de águas na construção de infraestruturas de dados.

Imagem Destacada Crédito: Foto por Salvatore De Lellis; Pexels; Thank you!