Flaw na reinicialização rápida do HTTP/2 expõe o tráfego da web a possíveis ataques

Defeito na reinicialização rápida do HTTP/2 coloca em risco o tráfego da web e expõe a possíveis ataques

Uma falha recentemente descoberta no protocolo HTTP/2, que é a base de uma parte significativa do tráfego da web, levantou preocupações entre os especialistas em cibersegurança. A vulnerabilidade, conhecida como “falha de reinicialização rápida”, pode potencialmente expor os usuários a uma série de ameaças de segurança.

Recentemente, gigantes da tecnologia como Google, Amazon, Microsoft e Cloudflare enfrentaram enormes ataques distribuídos de negação de serviço em suas plataformas de nuvem. Esses ataques em agosto e setembro quebraram recordes anteriores em termos de tamanho e intensidade.

Emil Kiner e Tim April, do Google Cloud, destacaram as graves consequências de tais ataques, afirmando, “Ataques de negação de serviço podem ter impactos abrangentes para as organizações vítimas, incluindo perda de negócios e indisponibilidade de aplicativos críticos para a missão, o que muitas vezes custa tempo e dinheiro para as vítimas. O tempo para se recuperar de ataques de negação de serviço pode se estender bem além do fim de um ataque”.

Entendendo a falha de reinicialização rápida

Projetado para acelerar o carregamento de sites e melhorar o desempenho da web, o HTTP/2 agora tem uma vulnerabilidade conhecida. Os atacantes podem explorar essa falha para interromper conexões redefinindo-as rapidamente, o que pode levar a ataques de negação de serviço e interrupções significativas para os usuários do site.

A falha não é específica de um software específico, mas existe dentro da especificação do protocolo de rede HTTP/2. O Internet Engineering Task Force (IETF) introduziu o HTTP/2 como uma atualização do protocolo HTTP tradicional. Seu desempenho móvel aprimorado e uso reduzido de largura de banda o tornaram popular. Agora, o IETF está desenvolvendo o HTTP/3.

Lucas Pardue e Julien Desgats, da Cloudflare, destacaram a abrangência dessa vulnerabilidade, observando, “Como o ataque explora uma fraqueza subjacente no protocolo HTTP/2, acreditamos que qualquer fornecedor que tenha implementado o HTTP/2 estará sujeito ao ataque”. Embora algumas implementações possam não ser afetadas pela reinicialização rápida, eles enfatizam sua relevância para “praticamente todos os servidores web modernos”.

De acordo com ENBLE, o problema surge quando os atacantes manipulam o recurso “reset stream” do protocolo. Ao fazer isso, eles podem inundar os servidores com comandos de reinicialização, levando-os a travar ou ficar inoperantes.

Implicações para a segurança da web

A descoberta dessa falha enfatiza a importância de avaliações contínuas de segurança, mesmo para protocolos amplamente adotados como o HTTP/2. Embora o protocolo esteja em uso há vários anos, as vulnerabilidades podem permanecer ocultas e só vir à tona após testes rigorosos.

Vale ressaltar que, embora a falha de reinicialização rápida represente uma ameaça, ela não permite que os atacantes roubem dados ou injetem código malicioso. No entanto, o potencial de causar interrupções nos serviços torna-se uma preocupação para operadores de sites e empresas que dependem de conexões web estáveis.

A comunidade de cibersegurança está trabalhando em correções e atualizações para resolver essa vulnerabilidade. Enquanto isso, os administradores de sites são aconselhados a permanecer vigilantes e monitorar seus servidores quanto a qualquer atividade incomum.

Um lembrete da fragilidade da web

Essa descoberta recente serve como um lembrete das vulnerabilidades inerentes à infraestrutura digital que muitas vezes damos como garantida. À medida que a tecnologia evolui, também evoluem os desafios e ameaças associadas a ela. Isso ressalta a necessidade de pesquisas em andamento, vigilância e colaboração entre a comunidade de tecnologia para garantir um ambiente digital mais seguro para todos.