As redes sociais surgem como campo de recrutamento para traficantes de pessoas.

As redes sociais se tornam um campo de recrutamento para traficantes de pessoas.

A medida que os fluxos migratórios na fronteira dos EUA atingem níveis históricos, os contrabandistas de pessoas estão cada vez mais recorrendo a plataformas de mídia social como Snapchat e Facebook para recrutar motoristas americanos, de acordo com autoridades policiais e advogados de defesa.

De acordo com um recente relatório da Bloomberg report, essas redes de contrabando postam anúncios velados oferecendo milhares de dólares por algumas horas de trabalho como motorista, usando palavras-código como “pollitos” (espanhol para “pintinhos”) para significar o transporte de migrantes. Eles visam populações vulneráveis como adolescentes com problemas financeiros, mães solteiras e desempregados, que podem ser atraídos pela promessa de dinheiro rápido, apesar dos riscos.

Uma vez contatados, os recrutadores mudam as conversas para aplicativos criptografados e fornecem pontos de encontro perto da fronteira onde os motoristas podem pegar migrantes que acabaram de atravessar ilegalmente. Os motoristas recebem instruções para evitar contato visual e dirigir até poderem deixar os migrantes em destinos mais distantes.

As autoridades policiais estimam que 90% dos motoristas detidos foram recrutados por meio de mídias sociais. As postagens são tão frequentes que agentes e promotores têm respondido disfarçados aos anúncios, construindo casos contra os líderes das quadrilhas. Ainda assim, as redes criam facilmente novas contas quando as antigas são excluídas.

Os advogados de defesa afirmam que a maioria dos motoristas entende que está transportando migrantes, embora alguns sejam enganados e se tornem “mulas cegas” sem saber. As redes de contrabando exercem controle ao aprender detalhes pessoais dos recrutas e fazer ameaças veladas. Os motoristas justificam como “dinheiro fácil”, subestimando as consequências.

As redes que atuam no México e na América Latina também usam as mídias sociais para promover serviços de contrabando e coordenar viagens com migrantes. Isso lhes permite reduzir riscos ao fornecer coordenadas de localização em vez de guias.

Foto de Thought Catalog.